quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Palestra de prevenção à drogas


     
  Em outubro de 2015,o Colégio   Dimensão ,localizado na região de Interlagos,achou um modo diferente para comemorar a semana da Criança. Aproveitou o momento para proporcionar formação às famílias com o intuito de valorizar a importância de uma infância de qualidade. Tive a honra de ser convidada para fazer parte desse evento.
         Maiores detalhes,no link a seguir:http://www.colegiodimensao.com.br/Noticia/19000101-semana-da-crianca.html#2015

Ensino Privado...como manter o sucesso da instituição sem fadar-se ao fracasso pedagógico

Observando alguns dos inúmeros colégios existentes na cidade de São Paulo, tenho apresentado uma crescente preocupação com os investimentos das instituições na formação continuada de seus profissionais(lembrando,é claro,que há excelentes exceções!).
A escola tem a necessidade (assim como em toda empresa),de manter ações lucrativas,mas tal visão não pode de forma alguma comprometer sua verdadeira e principal essência: a de formar Seres Humanos melhores para uma sociedade .
Temos hoje,um modelo de escola estabelecido pelo século XIX(no que diz respeito à localização das carteiras,posicionamento do professor,quadro negro...), professores do século XX  e  alunos do século XXI ! Como lidar com tamanho distanciamento de tempos,sociedade e valores?
Como esperar que ainda hoje,a avaliação dos alunos esteja restrita à notas,sem levar em consideração o pleno desenvolvimento dos educandos?!
Testifico inúmeros acontecimentos no meu cotidiano ,que por questões éticas,me reservo ao silêncio...porém ,como mãe passei por duas experiências que faço questão de compartilhar:
Meu filho teve um problema de saúde em pleno 30 de novembro ,problema esse,que o afastou por cinco dias,conforme atestado médico apresentado. Ele teve uma reação alérgica seríssima e estava sob efeito de medicação de dois diferentes anti alérgicos (cujo efeito colateral é sonolência...falta de atenção concentrada...tanto que mesmo sendo uma criança ativa,passou esse período dormindo enfaticamente). Fui surpreendida com a ligação do coordenador pedagógico da escola ( pensei eu que seria para saber de seu estado de saúde), mas o tema da conversa era negociar o retorno antecipado da criança pois faltava-lhe uma única prova para o fechamento da nota final!? Informei que o mesmo não estava em condições de fazer prova alguma,pois encontrava-se sedado...Mas o que ouvi de retorno era: "Puxa ...mas não dava para fazer uma forcinha...Precisamos fechar as notas!". Minha grande indagação é: Será que um professor de fundamental I que esteve com o aluno durante um ano letivo inteiro,não conhece o seu aluno a ponto de avaliá-lo sem a tradicional provinha de perguntas e respostas?! Quais são os fatores que limitam os profissionais a reconhecerem que a avaliação é um processo contínuo,diário...Será que a burocracia empresarial será maior do que o bom senso profissional e pedagógico?! Obviamente,não o levei e o mesmo fez a referida avaliação posteriormente...Mas me questiono sobre como seria tal situação com outra mãe leiga nesse contexto.
A segunda situação que considerei digna de ser citada,foi 
com a minha filha . A mesma ficou de recuperação em química, e teve como trabalho dirigido,oitenta exercícios valendo dois pontos para serem feitos durante as aulas da semana de recuperação. Tal assunto não me causaria estranheza,não fosse o detalhe de que a professora impôs a condição de que todos os oitenta enunciados fossem copiados ! Bem...temos aqui inúmeros fatores que tornariam a ação impossível e incompreensível! Primeiro: Qual o objetivo de alguém de recuperação em química ,copiar prolongados textos ,se na verdade o tempo utilizado nessa tarefa,desperdiçaria a possibilidade de utilizá-lo estudando a referida disciplina(química!)? Segundo: O objetivo de tais exercícios tinha ênfase em fatores pedagógicos ou punitivos? Copiar seria o "castigo" por ter ficado em recuperação?!
Terceiro: Porque os exercícios não poderiam ser levados para a casa de modo que pudessem ser material de apoio para os estudos...? Quarto: Não seria totalmente previsível que o tempo para execução da tarefa seria insuficiente?(Tanto que no último dia,diante da manifestação dos alunos,a coordenação pedagógica interviu,as orientações foram desconsideradas e o exercício foi liberado para conclusão em casa). Eu me pergunto de que maneira as escolas tem investido na formação continuada de seus profissionais? De que forma as tecnologias estão realmente sendo utilizadas a favor da aprendizagem e da educação de qualidade?
Até quando veremos em nossas escolas,atitudes que as mantém há dois séculos de atraso?! Até quando desconsiderar fatores emocionais no processo de aprendizagens ? Até quando massacrar as crianças com excesso de conteúdos desconexos à realidade ? Até quando aceitar que a aprendizagem seja homogênea e massificada,sendo cada ser humano um ser único e complexo?!
É preciso ajustar as engrenagens para que o funcionamento global não seja comprometido!

Freud explica...

[...] só será bom educador aquele que conseguir estar em paz com a criança que vive dentro dele; o ato de aprender sempre supõe uma relação com outra pessoa, a que ensina. O aprender é aprender com alguém (FREUD, 1986).